sábado, 11 de setembro de 2010

Chegaram finalmente ao fim as férias da amiga que me vem dar um abraço logo de manhã e que me dá coragem para continuar sonhando e fazendo poemas de cabeça por entre tachos e panelas.
Não amiga, não sou poeta mas gostaria. Hoje, larguei as cebolas e escrevi não fosse a memória pregar-me uma partida, o poeminha que apareceu no momento em que fazia lasanha.

Angústias

Madrugadas por inventar
noites que acordam
em abraços indecisos
e o sol que não nasce...
e esta angústia que cresce...
e o choro sem lágrimas...
as palavras estranguladas
num grito de voz calada...
então...
invento os monstros
que surgem do nada
que se colam à pele
e se abraçam ao corpo
fechando dedos ferozes...

e a minha voz que não grita...


Ana Bela