"...Tudo isto foi quando aprendi acerca dos grilos, até ter descoberto que afinal estes nobres animais muito mais tinham reservado para me mostrar.
Fiquei há uns dias a saber que se lhes dermos café a beber promovem a inspiração da escrita da prosa a todos os que com eles de perto convivem e, ainda se ao café acrescentarmos um queque, transformam-se em musas inspiradoras para a escrita da poesia.
Afinal, os grilos que tanto grilavam nas memórias da minha infância, quando lhes damos café em vez de alface, encurtam a distância entre uns quantos e a sua escrita e até as crianças e jovens adolescentes são atraídos pelo seu grilar, respondendo-lhe por escrito.
A escrita que para uns está tão longe, para uns, felizmente, encontra-se apenas à distância de um grilo.
Por causa dos grilos, descobri que as crianças de hoje também escrevem e por causa das crianças soube hoje que ainda se vendem grilos, mas a trezentos mil réis, como diria a minha avó que passou pelos escudos como eu vou passando por esta coisa do euro.
Sigam o vosso percurso e encham-nos de páginas escritas com o vosso grilar.
Pena tenho eu de que a minha avó só bebesse chicória!..."
João Pedro Fonseca
Excerto de um texto assinado por João Pedro Fonseca, publicado no nosso livro de Prosa volume IV
sábado, 25 de abril de 2009
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