Não resisto a transcrever uma das cartas de amor de Fernando Pessoa.
Bébézinho do Nininho-ninho
Oh!
Venho só quevê pâ dizê ó ´Bébézinho que gotei muito da catinha d'ela. Oh!
E também tive munta pena de não tá ó pé do Bébé pâ le dá jinhos.
Oh! O Nininho é pequinininho!
Hoje o Nininho não vae a Belém porque, como não sabia s'havia carros, combinei tá aqui às seis o'as.
Amanhã, a não sê qu'o Nininho não possa é que sahe d'aqui pelas cinco e meia (1) (isto é a meia das cinco e meia).
Amanhã o Bébé espera pelo Nininho, sim? Em Belem , sim? Sim?
Jinhos, jinhos e mais jinhos
Fernando
31/5/1920
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(1) No original, há aqui o desenho de uma meia.
Ana Bela
quarta-feira, 5 de dezembro de 2012
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